Domingo é o pior dia para assistir televisão, até nos canais pagos – mesmo com o reprise de diversos programas e seriados que nós não temos tempo de acompanhar durante a semana.
Ontem, enquanto estava procurando o que fazer na internet, deixei ligado no canal Record. Não pude deixar de prestar atenção no sensacionalismo que eles fizeram sobre o caso Isabella. Aproveito até para indicar o post da Sam Shiraishi: uma crítica ao exagero da mídia em notícias que chocam o Brasil – que, na minha opinião, só chocam por causa da própria mídia. (e aproveito também para divulgar o Nossa Via, site recheado de assuntos para todos os gostos e, claro, muito interessantes).
Mas o que vou falar não é do sensacionalismo. Vou falar da guerra cada vez mais escancarada entre a Globo e a Record. Exemplo rápido para não perder o fio da meada: o programa Domingo Espetacular criticou há algumas semanas a novela Duas Caras da Globo por abordar o fanatismo de evangélicos. Ontem, no Fantástico, um pastor evangélico gravou cenas de pessoas torturadas (que na verdade já estavam senteciadas à morte pelo tráfico), mas que eram salvas antes por ele.
Antes fosse coincidência, mas é pura concorrência. O produto é o conteúdo do canal, nós telespectadores somos o consumidor final. Como o mercado não é estável e é altamente competitivo, ele nos oferta novos tipos de produtos – TV a cabo está se popularizando mais rápido do que antigamente – em um curto espaço de tempo. Em quesito de liderança, percebe-se que a Globo está desesperada com um concorrente que, há uns dois ou três anos, não era caracterizado como uma ameaça de audiência. A Record conseguiu atingir a mesma “qualidade” – coloco em aspas, pois não enxergo qualidade alguma – que a Globo possui.